Polo moveleiro de Ubá em crise

Entre janeiro e agosto deste ano, setor registrou queda de 15% no volume de negócios


Com queda de 15% no volume de negócios entre janeiro e agosto na comparação com o mesmo intervalo do ano passado, o polo moveleiro de Ubá enfrenta momento preocupante. As empresas estão demitindo, reduzindo o ritmo das operações e até mesmo encerrando as atividades.

De acordo com o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Mobiliário de Ubá (Intersind), Michel Henrique Pires, nos últimos três meses cerca de mil postos de trabalho foram eliminados pelas empresas da região. O polo é responsável pela geração de 20 mil empregos.

Segundo ele, os fabricantes de móveis na região, em função da queda nos pedidos, estão reduzindo os dias de operação e até mesmo fechando as portas. Até o momento três empresas encerraram as atividades, porém, este número deverá aumentar. "Atualmente, cerca de 30% das empresas do polo enfrentam sérias dificuldades", ressalta.

Na avaliação do presidente do sindicato, as demissões deverão se estabilizar até o final deste ano por conta da necessidade de atender a demanda para o Natal e até mesmo algumas recontratações poderão ser registradas. Porém, conforme ele, o próximo exercício preocupa e novas dispensas poderão ocorrer.

O sindicato pretende também negociar com os trabalhadores a inclusão do banco de horas na convenção coletiva, visando manter postos de trabalho. Sem a alternativa, e sem espaço físico para manter estoques, os empresários acabam por demitir.
Consumo baixo - O polo moveleiro de Ubá é afetado pela perda de ritmo da economia brasileira, principalmente por conta da queda no consumo das classes C e D. Pires explica que esses consumidores têm como característica o uso do crédito para adquirir os móveis e a retração na oferta das linhas de financiamento afastou esses clientes.

Entre os segmentos mais afetados estão os fabricantes de móveis para cozinha e quarto. Além disso, os produtores de produtos para escritório também estão entre os que mais perderam negócios, uma vez que as empresas não estão investindo em expansão ou reforma.

Com os resultados negativos verificados, principalmente a partir do segundo trimestre, as perspectivas do Intersind são de queda entre 15% e 20% no volume de negócios neste ano na comparação com 2013.

Questionado sobre medidas que podem "salvar" o setor, Pires afirma que ações como a desoneração de tributos não surte efeito no longo prazo. " preciso fazer uma reforma tributária no país", afirma.

O polo de Ubá é formado por cerca de 300 empresas. De acordo com o presidente da entidade, grande parte das vendas dos móveis fabricados na região é feita na região Sudeste do país. Minas Gerais e Rio de Janeiro são os principais destinos.

Adequação à NR-12 onera fabricantes

As empresas instaladas no polo moveleiro de Ubá, na Zona da Mata mineira, enfrentam dificuldade na adequação às regras da Norma Regulamentadora nº 12 (NR-12), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A adequação onera as fabricantes.

As novas regras foram debatidas ontem no município durante o "Rotas para o Futuro", evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). A NR-12 engloba uma série de regras em segurança do trabalho que normatizam as máquinas e equipamentos utilizados pela indústria. Revisada em 2010, os prazos para a adequação terminaram no final de 2013.

De acordo com o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Mobiliário de Ubá (Intersind), Michel Henrique Pires, um dos entraves é a falta de profissionais habilitados para adequar as plantas e os equipamentos. Além disso, ele explica que até mesmo máquinas recém-adquiridas acabam por passar por adequação. Com isso, o custo da produção aumenta e o setor industrial perde competitividade. "A margem de lucro já é pequena", afirma.


A palestra realizada ontem na Zona da Mata contou com a presença de empresários, profissionais e estudantes. O "Rotas para o Futuro" é realizado pela Fiemg, em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas) e VB Comunicação. Na edição deste ano, o evento passará por 24 municípios mineiros, sempre com foco na saúde e a segurança do trabalho.

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